|
Ser uma pobre morta inerte e fria, Hierática, deitada sob a terra, Sem saber se no mundo há paz ou guerra, Sem ver nascer, sem ver morrer o dia,
Luz apagada ao alto e que alumia, Boca fechada à fala que não erra, Urna de bronze que a Verdade encerra, Ah! ser Eu essa morta inerte e fria!
Ah, fixar o efémero! Esse instante Em que o teu beijo sôfrego de amante Queima o meu corpo frágil de âmbar loiro;
Ah, fixar o momento em que, dolente, Tuas pálpebras descem, lentamente, Sobre a vertigem dos teus olhos de oiro!
In Reliquiae
|