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És tu quem me conduz, és tu quem me alumia, Para mim não desponta a aurora, não é dia, Se não vejo os dois sóis azuis do teu olhar. Deixei-te há pouco mais dum mês? mês secular E nessa noite imensa, ah, digo-te a verdade, Iluminou-me sempre o luar da saudade. E nesses montes nus por onde eu tenho andado, Trágicos vagalhões dum mar petrificado, Sempre adiante de mim dentre a aridez selvagem, Vi como um lírio branco erguer-se a tua imagem. Nunca te abandonei! Nunca me abandonaste! És o sol e eu a sombra. És a flor e eu a haste. Na hora em que parti meu coração deixei-o Na urna virginal desse divino seio, E o teu sinto-o eu aqui a bater de mansinho Dentro em meu peito, como uma rola em seu ninho!
In Poesias Dispersas
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