|
Quem bate à minha porta Tão insistentemente Saberá que está morta A alma que em mim sente?
Saberá que eu a velo Desde que a noite é entrada Com o vácuo e vão desvelo De quem não vale nada?
Saberá que estou surdo? Porque o sabe ou não sabe, E assim bate, ermo e absurdo, Até que o mundo acabe?
23
-
5
-
1932
In Poesia 1931-1935 e não datada
, Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2006
|