Aniversário efeméride dolorosa quando se não espera Sinais de manso dizer de uma esperança Quando desaprendemos de esperar já morremos O circo fechou as suas luzes e cheira a suor e alvaiade E encontro esse homem nas tesouras do tempo No jardim a dormir num banco ramo seco de uma árvore de raiz E amo desesperadamente esse pária do banco público Sem nada fazer e tanto sabendo Quantos anos faço hoje? Tantos ritos tanto amor sangrado Cheira a suor e ailvaiade Cansados e brancos todos os rostos.
In Voz Nua
, Livros Horizonte, 1986
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