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Da tarde morna estagna o morto voo A noite cai sem pensamento meu, Dói-me a consciência do que sou — Alguém que nada teve nem venceu.
Ah! tão vazia vida sem que um vago Fragmento de prazer ou de ilusão Iluminasse como a lua, o lago Da minha indefinida indecisão.
Ah, quantos, como eu, fixos no destino Da falência fatal e necessária Um amor, um amigo, um □ Tiveram a □ a □ precária...
Nada me trouxe o alívio ou a menor Hora da vida, nada □ E estes versos que falam minha dor Falam sem cor de □ e de verdade.
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1917
In Poesia 1902-1917
, Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2005
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