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Tempo houve quando prado, e bosque, A terra, e o mais vulgar que veste Me parece Vestido de uma luz celeste, Um sonho em sua glória e alegria. Já não é hoje como foi outro Onde quer que me acoite De dia ou noite Essas cousas que vi’ nao posso ver agora. O arco-íris surge ou vela, A rosa é sempre bela, A lua com agrado Quando há céu limpo olha em redor. Azuis, no céu estrelado, Têm um belo torpor. No sol a vida me descerra Mas, onde vá, conheço já Que desaparece em glória da terra.
In Poesia 1931-1935 e não datada
, Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2006
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