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O rio que passa dura Nas ondas que há em passar, E cada onda figura O instante de um lugar.
Pode ser que o rio siga, Mas a onda que passou, É outra quando prossiga. Não continua: durou.
Qual é o ser que subsiste Sob estas formas de ‘star, A onda que não existe, O rio que é só passar?
Não sei, e o meu pensamento Também não sabe se é, Como a onda o seu momento Como o rio □
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1930
In Poesia 1918-1930
, Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2005
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