Era um país de charcos,
Uma noite de juncos,
Sem luz, sem bem, sem barcos,
Sem muros e sem marcos.
Como se, feito o mundo,
Aquilo ali ficasse
Excluído, infecundo,
Num silêncio profundo.
Silêncio? Não: há um ruído,
Um sussurro impossível,
Que se ouve sem ouvido,
Ouvido com o olvido…
Charcos luzindo sós
Sem luar ou astro a dar-lhes
Esse brilho por vós.
E nós — quem somos nós?