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Vai alto pela folhagem
Um rumor de pertencer,
Como se houvesse na aragem
Uma razão de querer..
Mas, sim, é como se o som
Do vento no arvoredo
Tivesse um intuito, ou bom
Ou mau, mas feito em segredo,
E que, pensando no abismo
Onde os ventos são ninguém,
Subisse até onde cismo,
E, alto, alado, num vivém.
De tormenta comovesse
As árvores agitadas
Até que delas me viesse
Este mau conto de fadas.
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1932
In Poesia 1931-1935 e não datada
, Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2006
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