Com teus lábios irreais de Noite e Calma
Beija o meu ser confuso de amargura,
Com teu óleo de Paz e de Doçura
Unge-me esta ânsia vã que não se acalma.
Quantas vezes o Tédio pôs a palma
Sobre a minha cerviz dobrada e obscura;
Quantas vezes a onda da loucura
Me roçou as franjas pela alma.
Corpo da parte espiritual de mim,
Do que em mim não é senso e mutação
E se concebe como sem ter fim,
Põe carinhosamente a tua mão
Na minha fronte, até que eu seja afim
À tua inconsciente imensidão.