Sinuoso o caminho. A vista vai
vivendo a paisagem
monótona ou
inesperada. Não se sabe o que
para além de cada curva
nos espera. Pode tudo
mudar: casario,
uma nova floresta ou
a ravina intransponível.
Detenho-me ante a curva,
ganho tempo,
hesito ante o mistério
que pode armadilhar
o passo inevitável.
Também tu te deténs,
suspensa. Curta meditação.
Lenta, muito lenta,
vejo a unha lacada,
escarlate,
avançar novamente,
acompanhar a sinuosidade
quase imperceptível
da veia azul que sobe
para a glande. Ignoro
o que me vem ao encontro
para lá da curva
que se segue. Casario,
uma nova floresta ou
a ravina intransponível?
A mão está ainda
muito calma. Sem o grito
da posse, imaginando
que curva as suas unhas
poderão