Vão regulares os pequenos do asilo
Como soldados, mas com mais vagar,
Olho-os e em mim não está tranquilo
O que sente por pensar.
Pobres crianças postas em fila
Pelo Destino, quatro a quatro vão
Dóceis (Minha alma não está tranquila)
Comuns na sua solidão.
Vendo bem e à luz do sentimento,
Não sofrerei eu mais que eles? Sim,
Talvez, talvez… Mas neste momento
Não penso em mim ―
Penso nos que sem ninguém senão escola
Sem achar amor senão em uniforme,
Vão, pedintes que não pedem, sem sacola,
Sós, juntos, pelo mundo enorme.
Seus passos são leves e breves ― são de infância
Sem pais, sem nada, iguais, regulares, vão
E vão calcando, ignorantemente, na distância,
O meu coração.