Paira nos bosques nocturnos
Um som de água sossegado.
Meus passos seguem soturnos
Sozinhos com o meu fado.
Paira nos bosques nocturnos
Um som de água sossegado.
A paz não vem por lembrança
Nem se esquece por vontade.
Se hei-de viver sem ‘sperança,
Quero viver sem saudade.
A paz não vem por lembrança
E esquecer não é verdade.
E fica atrás com o enredo
Dos bosques mistos no escuro,
O som de água entre o arvoredo,
E o meu sentimento obscuro,
Ficam atrás com o enredo
E fica atrás com o enredo
Dos bosques mancha ao luar
O som de água entre o arvoredo
E o meu sentimento no ar.
Ficam atrás com o enredo
Dos bosques sem som que dar.