Há música. Tenho sono.
Tenho sono com sonhar.
‘Stou num longínquo abandono
Sem me sentir nem pensar.
A música é pobre. Mas
Não será mais pobre a vida?
Que importa que eu durma? Faz
Sono sentir a descida...
Que inteligência há-de dar-se
Ao princípio da absorção?
Há música. Antes chorar-se
Sem que □
Aventura inexequível,
Congruência com não ser.
Meu coração no desnível,
Meu cansaço sem ceder.
Meu paraíso perdido.
Meu rebanho abandonado!
Vou no séquito abolido
Como um pajem exilado.