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Faze as malas para Parte Nenhuma! Embarca para a universalidade negativa de tudo Com um grande embandeiramento de navios fingidos — Dos navios pequenos, multicolores, da infância! Faz as malas para o Grande Abandono! E não esqueças, entre as escovas e a tesoura, A distância policroma do que se não pode obter. Faze as malas definitivamente! Que és tu aqui, onde existes gregário e inútil — E quanto mais útil mais inútil — E quanto mais verdadeiro mais falso — Que és tu aqui? que és tu aqui? que és tu aqui? Embarca, sem malas mesmo, para ti mesmo diverso! Que te é a terra habitada senão o que não é contigo?
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1933
In Poesia
, Assírio & Alvim, ed. Teresa Rita Lopes, 2002
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