|
Com pesos duvidosos me sujeito À balança até hoje recusada. Ë tempo de saber o que mais vale: Se julgar, assistir, ou ser julgado. Ponho no prato raso quanto sou, Matérias, outras não, que me fizeram, O sonho fugidiço, o desespero De prender violento ou descuidar A sombra que me vai medindo os dias; Ponho a vida tão pouca, o ruim corpo, Traições naturais e relutâncias, Ponho o que há de amor, a sua urgência, O gosto de passar entre as estrelas, A certeza de ser que só teria Se viesses pesar-me, poesia.
In Os Poemas Possíveis
|