Quem foi que, em minha ausência, regou flores
E me foi bom limpando a casa suja?
Quem arrumou meus livros — os melhores
Postos no centro — em minha estante antiga?
Quem pôs em seu lugar essas cdeiras
Que desde muito o procuravam quedas,
E com boas e anónimas maneiras,
Acomodou cortinas como sedas?
Foi qualquer fada, que me amou outrora
Antes que o tempo e o espaço fossem Deus?
Não sei, mas tenho a minha casa agora
Limpa e fechada contra a terra e os céus.