Sofres. Um hospital — é sempre longe muito longe É sempre o fim do mundo Um mundo frio outro mundo E como por momentos posso esquecer Que tão longe estás isto está acontecendo Que espaços de noite ainda restam Quantas madrugadas para ainda acordar Quantos comprimidos remédios adiam a dor e os olhos abertos Ainda? Perdão meu Amigo. Eu existo e no corpo nada me dói E tanta ferida não sei aonde Que dói onde e onde Meu Amigo flor ardente Cada amigo perdido é cinza da solidão desarmada Nem sei ir nem sei dizer adeus onde aonde E ardo de mágoa.
In Voz Nua
, Livros Horizonte, 1986
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