1
Pequena flor que estavas no outeiro,
Onde estarás agora?
Tu, que te miravas no ribeiro
Será que foste embora?
Ah, vejo agora que, morta, nos deixaste
E que teu encanto de nós já levaste.
3
Contudo, flor, não estou a lamentar-te,
Nada morre realmente;
Ora és parte de mim e de Deus parte,
E estás no céu certamente.
Só meu sentido de ti me abandonou —
Alegria sensual que me encantou.
[4]
Dois mundos há — da alma e dos sentidos,
Mas eles são um somente;
O ser-espaço que se esvai, mesmo já ido
Ficará vivo e presente.
Em meus sentidos, plena, viverás
Agora que dentro da alma estás.