Encosto a cabeça ao teu ombro Será a Última vez a penúltima vez que o faço? O calor do teu corpo ainda existe Existe aquele cheiro bom que se desprende da tua pele Meu Pai vivo ainda Ainda As lágrimas não choradas calcinam-me o peito Encosto a minha cabeça ao teu ombro com medo de te pesar Teu ombro tão honesto pureza concreta da vida Minha tábua viva de sempre não tenho forças para o naufrágio Meu Pai vivo ainda com a tua força e humildade poderosas.
In Voz Nua
, Livros Horizonte, 1986
|