|
Tenho em mim como uma bruma Que nada é nem contém A saudade de coisa nenhuma, O desejo de qualquer bem.
Sou envolvido por ela Como por um nevoeiro E vejo luzir a última estrela Por cima da ponta do meu cinzeiro
Fumei a vida. Que incerto Tudo quanto vi ou li! E todo o mundo é um grande livro aberto Que em ignorada língua me sorri.
16
-
7
-
1934
In Poesia 1931-1935 e não datada
, Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2006
|