|
Há uma vaga mágoa No meu coração. Como que um som de água Suma solidão... Um som ténue de água...
Memoro o que, morto, Ainda vive em mim Memoro-o, absorto Num sonho sem fim, Estéril e absorto.
Será que me basta Esta vida em vão? Que nada se afasta Da sua solidão... Nem de mim me afasta?
Não sei. Sofro o acaso Da mágoa em meu ser... Cismo, e há em mim o ocaso Do que quis viver — Sempre só o ocaso.
25
-
7
-
1916
In Poesia 1902-1917
, Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2005
|