Com teu gesto pintado e exagerado
E o teu prolixo modo de sorrir
E o teu olhar, sob o torpor copado
Da expressão, veludíneo a dirigir
Tu nada sabes do essencial pecado
E uma inocência □ vem luzir
Como uma luz de azeite em descampado
No teu rosto ensinado a conseguir.
Porque a análise é a vera perversão...
O único vício é rebuscar a alma,
Dor a dor, sensação a sensação...
Tu, a exterior, que mal tens na alma oca?
Nada... Ai de nós de quem a vida é calma.
E quer fora e quer por dentro... (Abre a tua boca!)