Quando de minhas mágoas a comprida
Maginação os olhos me adormece,
Em sonhos aquela alma me aparece
Que pera mim foi sonho nesta vida.
Lá nũa soïdade, onde estendida
A vista pelo campo desfalece,
Corro para ela; e ela então parece
Que mais de mim se alonga, compelida.
Brado: «Não me fujais, sombra benina!»
Ela, os olhos em mim cum brando pejo,
Como quem diz que já não pode ser,
Torna a fugir-me: e eu, gritando: Dina...
Antes que diga mene, acordo e vejo
Que nem um breve engano e posso ter.