Maio amado Maio Que foste amado Maio Peso da tua mão Peso da ternura Sobre a minha mão Ternura que se podia pegar Pedaço de seda Seda de Maio de Sol De estevas e mel Ternura tão viva Como o abraço Que nos uniu depois Da ausência Em laço desatado Amado Maio Quando todos cantam Pelas ruas E castanheiros E cravos roxos E estevas do mel De lábios dourados Cantam amado Maio E a videira verde Soluça na noite Pássaros acordados Murmuram madrugada E tudo é dia de Maio A minha mão está aqui Presa na seda De tua amada ternura De amor ousada De amor ausente
In Voz Nua
, Livros Horizonte, 1986
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