Vejo na vasta cena do futuro
Do trágico Destino a face acesa,
E de espectros cobrir a redondeza
O nebuloso céu, o pólo escuro.
Rasgar-me o peito e coração figuro
Da torpe Inveja, a bárbara fereza.
Da fome crua, esquálida pobreza
Em vão fugir desejo, em vão procuro.
Nada vale constância e sofrimento;
Monstros feros, Cerastes assanhando,
Paciência e valor põem o tormento.
O que mais é, que a vida prolongando,
Se ceva e nutre o meu entendimento
Do espectáculo feio e miserando.