Tu, vento do sul, ou vento do norte, ou vento
Do leste ou do oeste,
Que vens abanar os ramos e o meu pensamento
E o alívio que deste;
Tu, o que deste, levaste, para o leste ou para o norte
Para leste ou p’ra sul
Deixaste o meu coração sempre triste, e o mar forte
E o céu límpido e azul..
Comigo fiquei só quem era que sou. Com os ramos
As folhas não restam, nem eu...
Inútil rogo, inútil esperança que herdamos
Do que já nos morreu…
Aurora a raiar da noite que a minha vida
Não logrará transformar…
Ó vento do norte, ou do sul, ou do leste ou do oeste, em tua lida
Faz-me também não durar.