O triunfo, nos fortes, da ambição
Sonhada a sós, sem gloria,
Já me dói no cansado coração
Qualquer que haja de ser a sua história.
Negado, e mero sonho, sempre ausente
Da hora e do lugar,
Dói por ser em nada, incongruente
Com a ânsia da alma que o soeu sonhar;
Obtido, sempre alguma cousa há-de
Faltar ao real, que houve
No sonho, e há-de haver sempre uma saudade
De um mal ou bem que aos deuses não aprouve;
Mas maior é a angústia de sonhar
Antes de obter ou não obter
Melhor era não qu’rer, e não passar
Oculto, pelo sonho de viver.
Triunfando do abismo e negação
Da vida plena ou nada,
Ter só a ânsia de não ter ambição
E □