Se da célebre Laura a fermosura
um numeroso Cisne ufano escreve,
ũa angélica pena se te deve,
pois o Céu em formar-te mais se apura.
E se voz menos alta te procura
celebrar, ó Natércia, em vão se atreve;
de ver-te já a ventura Liso teve,
mas de cantar-te falta-lhe a ventura.
No Céu naceste, certo, e não na terra;
para glória do mundo, cá deceste;
quem mais isto negar muito mais erra.
E eu imagino que de lá vieste
para emendar os vícios, que ele encerra,
cos divinos poderes que trouxeste.