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Se os que me viram já cheia de graça Olharem bem de frente em mim, Talvez, cheios de dor, digam assim: “Já ela é velha! Como o tempo passa!...”
Não sei rir e cantar por mais que faça! Ó minhas mãos talhadas em marfim, Deixem esse fio de oiro que esvoaça! Deixem correr a vida até o fim!
Tenho vinte e três anos! Sou velhinha! Tenho cabelos brancos e sou crente... Já murmuro orações... falo sozinha...
E o bando cor-de-rosa dos carinhos Que tu me fazes, olho-os indulgente, Como se fosse um bando de netinhos...
In Livro de Mágoas
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