Ao luar dos mortos, na paisagem gelo,
Defunto e absurdo sobe com vagar
Ao som do vento. O homem contra o luar
Vendo-se, de modo morto o seu cabelo.
Seu gesto nem de ameaça, nem de apelo.
Nada, um vulto difuso a branquejar.
E meu coração a fôlego
Alto, um frio sopro, trémulo de vê-lo.
Sem ver-se a lua enche, e o resto é vago e preto
Vazia consciência, ao mistério
O que te falta? A última estátua nua
O resto nem o mundo nem nossa alma
Uma paisagem falsa, cuja calma
Não é de morte nem de vida — a Lua.