Pois torna por seu rei, e juntamente
por Cristo, a governar aquela parte
onde se tem mostrado um Numa, um Marte,
o famoso Luís, justo e valente.

O Tejo espere ver de todo o Oriente,
onde se tão raros dões o Céu reparte,
render a tanto esforço, aviso e arte
mil palmas, mil tributos novamente.

Os que bebem no Gange, os que no Indo,
a quem pouco valerão lança e escudo,
o render-se terão por bom partido.

O Eufrates temerá, seu nome ouvindo;
que, para dele ver vencido tudo,
já viu do braço seu tudo vencido.
 

Luís Vaz de Camões
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