Meus dias sombrios são como um inverno
Que fosse constante pelo ano inteiro;
Meus dias vazios são como um deserto
Que a meus olhos desse vasto desespero;
Cada dia e hora sem beleza ou bem
E o fim de tudo sempre mais incerto,
Mas embora a morte pareça inda além
Receio desejá-la cada vez mais perto.
Meus dias iguais, de mal a pior,
Comigo me levam para onde vão —
Escravo descuidado, entre medo e dor,
E um mal a prender-me, uma maldição;
Os homens olhando-me são fraternais
Mas de coração cegos naturais.