Os campos dão pedras, as vinhas estiolam,
as aldeias dão párias emigrando em porões
Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje;
não deixes para amanhã o quebrar do silêncio,
meter a foice no trigo sazonado,
carregar no botão, soltar a tempestade.
Quebra a solidão com o sol matinal
que aponta a claridade sobre as frondes.
As cidades dão fumo, queimam a amizade,
esmagam a consciência, distribuem o crepúsculo,
Um pequeno descuido, nova fuga de tempo,
o espelho transforma-te em velhice — perderás a vida,
pálido, encolhido, no fundo das caves,
É mais tarde do que pensas!
É difícil agora deste fruto ácido
conseguir raízes, flores e perfume.
Não deixes para amanhã o grito necessário,
o enforcamento sumário do agente opressor,
o tributo para a máquina de alargar horizontes...
Eis o que me disseram!