|
Cada dia que passa faz-me pensar E reflectir sobre quem ele traiu, Que enquanto viveu nada fui ganhar Com a lama vil onde a alma caiu.
Até de meus sonhos a vida me deixa Na maré nu, na areia, em solidão, Desolado que, inda vivo, não esteja Seguindo veloz no barco da acção. Há uma beleza no mundo exterior,
No monte ou planície onde chega a vista Que já é consolo à dúvida e à dor, Mas, Oh! A beleza que o mundo conquista
Nem Palavra ou verso a pode imaginar Nem a mente humana, só por si, forjar!
1907
In Poesia
, Assírio & Alvim , edição e tradução de Luisa Freire, 1999
|