Sou um velho e uma criança 
A quem todos fazem mal 
(Eu próprio, como vós todos...) 
E é cobarde!, 
E é desleal!: 
Criança, ainda me não defendo; 
E velho, ai! não me defendo já! 
São mentiras, são momentos, 
O muito mais que em mim há: 
Cobardes consentimentos 
No que não sou, mas pareço, 
E finjo só parecer, 
São essas lutas que tento, 
E em que tão logo esmoreço, 
Ridículo combatente 
Profundamente 
Indiferente 
A vencer ou a não vencer. 

In Poesia II - Obra completa , Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2001
José Régio
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