Guardo para mim a alegria
do sol, guardo-a
atrás das pupilas, tranquilo,
banhado de esplendor. A alegria
é de aço, de estrelas do mar,
de silêncio que cega.
Tens razão. É da nuvem que falo,
do vento sul que a lança, do escombro
banhado pela chuva — o poema
organiza-se sob a tempestade,
o drama
requer os seus efeitos, as palavras
rebentam os diques, pedem
uma escrita, uma voz — quem poderá
articular razões nesse crepúsculo?