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Eu quero sentir-te, Maria, dormir
Tão perto ao meu lado,
E tanto, tão fundo, tão bem o sentir
Que possa enganado
Julgar-me vivendo num pálido além
Contigo somente
E numa só alma que as nossas contêm
Amando-te insciente,
Sentindo-te como sentindo-me a mim,
Em mim embebida;
Sem forma ou lugar, com o tempo sem fim
Medindo essa vida.
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1909
In Poesia 1902-1917
, Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2005
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