Deixa-me olhar-te pássaro real
a saltitar nesta tarde esquecida
Como uma clara afirmação de vida
mesmo pequeno esse teu corpo vale
Que alguma coisa morre em cada qual
leio-o nessa cabeça ao alto erguida
mas tens a alegria extrovertida
de não sentir em ti o nosso mal
Somos contemporâneos meu amigo
por isso posso conviver contigo
compartilhar o orgulho de estar vivo
Eu penso e tu não pensas é que é certo
Tu a saltar e eu aqui tão perto
a pensar que da morte me não privo