À partida de S. Miguel
Ai madrugada pálida e sombria
em que deixei a terra de meus pais...
e aquele adeus que a voz do mar trazia
dum lenço branco, a acenar no cais..
0 meu veleiro — era de espuma fria —
levava-o o fervor dos vendavais.
À passagem gritavam-me: onde vais?
Mas só o meu veleiro respondia.
Cruzei o mar em direcções diferentes.
Por quantas terras fui. por quantas gentes.
nesta longa viagem que não finda.
Só uma estrada resta — mais nenhuma:
na Ilha que o passado envolve em bruma,
um lenço branco que me acena ainda...