Quem me pôs nódoas no vestido dela?
Quem me roubou o que não era meu?
Que nuvem veio interromper a estrela
Que me era todo o céu?
Que insulto absurdo da maré da sorte
Me leva na ressaca o sonho e a glória
Que porque os tive ao desprezar a morte,
Seriam minha história?
Quem, depois, no silêncio de eu pensá-lo,
Tudo me restituiu em maré cheia,
Como um rei que a um cego, seu vassalo,
Restitua a candeia?