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Não consentem os deuses mais que a vida. Tudo pois refusemos, que nos alce A irrespiráveis píncaros, Perenes sem ter flores. Só de aceitar tenhamos a ciência, E, enquanto bate o sangue em nossas fontes, Nem se engelha connosco O mesmo amor, duremos, Como vidros, às luzes transparentes E deixando escorrer a chuva triste, Só mornos ao sol quente, E reflectindo um pouco.
In Poesia 1902-1917
, Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2005
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