A ‘sperança, como a um fósforo inda aceso,
Joguei ao chão, e ardeu no chão ileso.
A falha natural do meu destino
Reconheci, como um mendigo preso.
Cada dia me traz com que ‘sperar
O que dia nenhum poderá dar.
Cada dia me cansa da ‘sperança...
Mas vivo de ‘sperar e de cansar.
O prometido nunca será dado
Porque com prometer cumpriu-se o fado.
O que se espera, se esperar é doce,
Gozou-se com esperá-lo, e é acabado.6
Quanta ache vingança contra o fado
Nem deu o verso vingador, e o dado
Rolou da mesa abaixo, sem ser visto
Nem o buscou o jogador cansado.