Onde não ‘stou, subitamente,
Pressinto que é tudo oco e vão.
Mundo vazio e existente,
Não cabes no meu coração!
Clara média de verem-te, azo
De □
Só posso ter minha alma, e ela
Mesmo não sei de quanto é minha.
São uma casa sem janela,
O tédio de viver
Por isso odeio o teu amplexo
Que não me toca, e, sem ardor,
Contemplo o teu absurdo nexo,
Ó universo exterior!
Vejo teus povos — pedras, casas,
Árvores, gente, o monte ocioso
De cousas. Mas tu não me abrasas,
Mundo vazio e luminoso!
Não encontro sentido a ser,
Se ser é só coexistir.
Deixa que morra em teu viver,
E assim te saberei sentir.
Parte talvez da tua essência —
Da tua essência revelada,
Será de mim a firme ciência
Da tua alma inominada.
Anónimo, disperso monte
De objectos e de sensações.
Não me pertences, horizonte
Das minhas incompreensões.
Só sou teu onde me limito.
Só toco em ti onde me perco.