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Fermosa penitente, que lavaste Co’ licor dos teus olhos cristalino Tu’alma, e pé de Christo, e os enxugaste Com tranças derramadas d’ouro fino. Quanto amores por hum só divino Num ponto para sempre desprezaste, Quantos sospiros deste de contino Quam bem por tal amor os empregaste! Em sanctas esperanças as danosas Trocar soubeste, e mil desejos varios Num só desejo, em lagrimas o riso, As cidades em ermos solitarios, Rochedos toscos, lapas escabrosas, Num brando, e deleitoso paraiso.
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