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Onde me levas, rio que cantei, esperança destes olhos que molhei de pura solidão e desencanto?
Onde me leva?, que me custa tanto. Não quero que conduzas ao silêncio duma noite maior e mais completa. com anjos tristes a medir os gestos da hora mais contrária e mais secreta.
Deixa-me na terra de sabor amargo como o coração dos frutos bravos. pátria minha de fundos desenganos, mas com sonhos, com prantos, com espasmos.
Canção, vai para além de quanto escrevo e rasga esta sombra que me cerca. Há outra fase na vida transbordante: que seja nessa face que me perca.
In As Mãos e os Frutos
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