Temo que a minha ausência e desventura
Vão na tua alma, docemente acesa,
Apoucando os excessos de firmeza,
Rebatendo os assaltos da ternura:
Temo que a tua singular candura
Leve o Tempo fugaz nas asas presa,
Que é quase sempre o vício da beleza
Génio mudável, condição perjura:
Temo; e se o fado mau, fado inimigo,
Confirmar impiamente este receio,
‘spectro perseguidor, que anda comigo,
Com rosto, alguma vez de mágoa cheio,
Recorda-te de mim, dize contigo:
«Era fiel, amava-me, e deixei-o»