Mistério, o mistério aqui jaz
Na alegria e medo que traz.
Oh, que a morte maior deva ser
Que o Tempo e Espaço e o que há para ver,
Que a pensada Mudança seja mais profunda
E o Tempo, como uma imensa tumba,
Sinta em seu ventre a corrupção
E se desfaça, qual podridão.
Pois que até as pedras da sepultura,
Tal como os ossos que elas encerram,
Morte terão.
(Que cofre pode evitar
A corrupção? Ou, da podridão,
Que génio em caixa lacrada pode troçar?)
Sim, mesmo o mármore, como os corpos, morrerá,
Terá um fim. Quem passar pisará
O pó da pedra tumular
Sobre a cova colocada,
Agora em pó como cada ossada.
Pois à corrupção tudo passará,
Estando a diferença só no passar:
Umas coisas depressa e outras devagar.
Sim, a dura pedra será desgastada,
Ela que foi rocha criando o dia,
Tão irreal como a vida passada.
Só uma Sombra desconhecida, rente
À porta do Tempo e do Espaço, por abrir,
Com graça obscura e estranhamente
Se mantém vigilante para nunca partir.
Milhares de corações lutam p’lo bem
Da humanidade, pobre e glacial;