Nunca me há-de esquecer, ingrata! escuta:
Não tendo eu mais talvez que os meus dez anos
Esses olhos cruéis, esses tiranos
Comigo em porfiada. aberta luta.
Se eu fora voraz lobo ou fera bruta
De entranhas más. de instintos desumanos,
Talvez o fruto então de teus enganos
O não colhesses tu de face enxuta!
Mas eu perdoo-te o mal que me hás causado;
A culpa não é tua, e só devia
Vingar-me em quem tão bela te há formado.
E hei-de vingar-me, crê; mas isso um dia
Depois de um beijo teu pôr em estado
De disputar a Jove a primazia.