Para além do arvoredo
Vejo o campo se estender
Num ondular sem segredo —
Ondular tão leve que
Tudo ali se pode ver.
Tão clara e perto parece
— Salvo que sem forma é cor —
Como a que perto aparece,
A flor que está longe e se
Vê que é flor mas não que flor.
E eu fico precisamente
Com esse contentamento
Que provém de estar contente —
Nao de ser teliz ou de
Gostar do campo ou do vento.
Resumo: não tendo nada
Que fazer senão não ter
Nada que fazer, da estrada
Vou vendo tudo isto que
Vou vendo até o não ver.